separei em seis versos
o que mistura a face oculta
da minha ida e da tua vinda.
enquanto tu fica, eu vou
enquanto eu sou, tu fica,
uma dança sem fim, perdida,
figurinha repetida, volta logo pro teu album,
completa a tua sina, de fugir da mira,
esquecida na esquina, se esbalda em farsa.
peço a conta, tudo acertado,
a ficha cai, a música toca,
o rosto muda, o sol entorta,
a tudo oculta pra esconder o nada
e os dois se olham em imersa madrugada
de imensa extensão, a completar o quinhão.
nessa visão de mundo onírico
o estado natural sempre é o explícito
o espírito fala por nós
a carne cede a sede emerge
a mente tarda em paz controlada
tal qual vítima do caos em rajada
um completa o outro,
mas que mentira!
uma farsa ensaiada!
uma jornada guiada pelo vento zephiral!
umas palavras, as tuas, sempre o banal,
sempre esquece o principal.
eu sou o contrário exposto,
sou a metade da parte de fora
sou o que te entende e decifra.
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