8/19/2023

Esvai e Cimento


o que percorre o rosto,

acaba na boca,

o que exala o gosto, é fruto do ventre.


entre meus dedos,

por todos os dias,

entre em minha casa,

Que anda vazia.


lá havia felicidade,

incrustada na parede,

hoje é destroço,

A tal pirâmide do Tao,

liberdade em vão,

paz sem perdão,

querer sem poder,

amar sem saber,

por que aqui não estás?


Pelo o que és fugaz? 

Eterno desentendimento

Escaravelho, que monólogo é esse?

Quanta areia cobriu teu tempo?


Poeta, onde irás?

Soterrado em desespero

Angústia,

Destruição,

Tanto faz!

Égide da égloga do último Baudelaire cirrótico 

Filhote de pessoa sem um pingo de gente


Poeta, 

É certo

És tu, teu satanás.

Nefasto adendo do apêndice sepulcral

Que mesmo incompetente, 

És parte de todo ser senil 

De todo mamífero que não te capou.



Poeta

Renúncia o que tu ama

Esquece tua rebeldia

Essa tal revelia que te camufla

Licença poética é meu pau!

Erros crassos, 

Todos fracos,

Tolos com rasos sonhar gramatical!


E O CIMENTO TE COMPLETA

CINZA

VIVO SÓ ATÉ SECAR


E O CIMENTO É METÁFORA

ÍNGUA

MORTA POR ASSIM ESTAR


Mas me diz aí, ovacionado

Mestre letrado

Quem te ensinou a escrever?

Quem que tu amas e que nunca irá saber?

Qual teu ímpeto além de nas palavras te esconder?

A Grécia antiga que adiante te expurgue! 


Porque de tu mesmo

Eu

Famigerado celerado facínora 

Sicario eterno exilado

Eu 

E meu simulacro emprestado do ex-cunhado

Ao menos uma soberba tese 

Em meio a sentença-catequese

Se possível,

Pedra sobre Faedra,

Em mármore solto incólume,

Rima maldição em linha reta,

Escatitado por demais amar.


Enfim, 

Poeta,  

Irei te humilhar.


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