o que percorre o rosto,
acaba na boca,
o que exala o gosto, é fruto do ventre.
entre meus dedos,
por todos os dias,
entre em minha casa,
Que anda vazia.
lá havia felicidade,
incrustada na parede,
hoje é destroço,
A tal pirâmide do Tao,
liberdade em vão,
paz sem perdão,
querer sem poder,
amar sem saber,
por que aqui não estás?
Pelo o que és fugaz?
Eterno desentendimento
Escaravelho, que monólogo é esse?
Quanta areia cobriu teu tempo?
Poeta, onde irás?
Soterrado em desespero
Angústia,
Destruição,
Tanto faz!
Égide da égloga do último Baudelaire cirrótico
Filhote de pessoa sem um pingo de gente
Poeta,
É certo
És tu, teu satanás.
Nefasto adendo do apêndice sepulcral
Que mesmo incompetente,
És parte de todo ser senil
De todo mamífero que não te capou.
Poeta
Renúncia o que tu ama
Esquece tua rebeldia
Essa tal revelia que te camufla
Licença poética é meu pau!
Erros crassos,
Todos fracos,
Tolos com rasos sonhar gramatical!
E O CIMENTO TE COMPLETA
CINZA
VIVO SÓ ATÉ SECAR
E O CIMENTO É METÁFORA
ÍNGUA
MORTA POR ASSIM ESTAR
Mas me diz aí, ovacionado
Mestre letrado
Quem te ensinou a escrever?
Quem que tu amas e que nunca irá saber?
Qual teu ímpeto além de nas palavras te esconder?
A Grécia antiga que adiante te expurgue!
Porque de tu mesmo
Eu
Famigerado celerado facínora
Sicario eterno exilado
Eu
E meu simulacro emprestado do ex-cunhado
Ao menos uma soberba tese
Em meio a sentença-catequese
Se possível,
Pedra sobre Faedra,
Em mármore solto incólume,
Rima maldição em linha reta,
Escatitado por demais amar.
Enfim,
Poeta,
Irei te humilhar.
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