como naqueles dias de chuva,
mas, sem a chuva, só o barulho,
e nela,
cada gota invisível é de uma dor
nunca antes expurgada,
sendo só dividida naquele instante,
quando se toca em alguém,
num esbarrão apressado do metrô,
num troco amaldiçoado da padaria,
numa declaração falsa de amor,
na queda no precipício da agonia.
ela passa por cada um de nós,
soma o peso de tudo,
e multiplica-se em todo mundo.
ninguém sabe como,
ninguém sabe como curar,
entorpece quem tentar disso sair,
quanto mais se tenta,
menos se sabe como,
menos se sabe como acordar.
a agulha já tá posta,
já anestesiou todo homem que a viu,
a agulha é a chuva,
formando um lago dentro da gente,
e ninguém,
nem mais,
nem menos,
sabe como secar.
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