Baldio terreno dos esquecidos

quem sou eu pra falar do que sei?
se a luz reflete pela persiana dos teus olhos
a calma que vem de onde a vontade quieta?

neste meu sincero mapeamento pessoal
todos os mares convergem na minha intimidade
sorrateira, sutil, esquizofrênico processo viral
como água inundando toda austeridade baldia!

sou terreno,
não posso falar do que sei.
só consigo explicitar que não vivo,
sou planície do viver,
sou lacuna entre sentir e fazer
e nisso sou feliz,
e nisso energia motriz das raízes,
e nisso sigo algoz,
e nisso me faço levar,
e nisso o agora é asa,
mas sou terreno,
e a hora é de calar.