nada é mais mastigável e invasivo que a realidade
ela, que costura minhas pálpebras
ela, dor cotidiana na lombar ,
mistura eterna de cores, temperos, sufoco,
frenesi dramático num pote de vidro,
é ela a eloquência dissimulada dos seus adjetivos ,
ela, que serpenteia por entre soluços,
ela, na cordilheira dos sonhos aprisionados,
maior prova de que somos fadados a sumir,
deixando só o rastro de um nome próprio…
entro nessa centelha,
na sua preferida brincadeira:
mordo ela,
e nela,
saio de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário