7/19/2011

estirado

deitado no chão gelado
os pingos e raios chamam a atenção
a cada passo dado no silêncio
sou exposto feito rosto em 3x4
deitado no escuro do quarto
na iminência do maldizer
digo o que quero, verdadeiro ao sofrer
o passado, o pecado, enfarta meu querer;


rasgo com os dedos o que nos separa,
e a cada palavra, a cada certa jogada,
minha mira erra o alvo,
erra a cara, disfarça a errata,
nunca salvo, sou o que imaginara:

deitado, sou verme inato,
e soou em mim o insensato,
dizendo que não volta,
pois fugiu no ato.

deitado, à palavra ingrata,
forma a face fatídica,
do meu estranho entender.

estirado e tênue,
meu corpo treme quando no teto te vê.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito do teu escrito..corresponderam minhas melancolias inefáveis.
Muito bom!

Luciany

 
Creative Commons License
algo magico by Carlos Emilio Silva Costa is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://naocreio.blogger.com.br.