11/08/2008

atestado de óbliquo

não espero mais nada de ninguém,
sou certo ao que me cabe ser.
esperança em outros só trazem o não querer,
o vá se fuder e o não quero mais você.

sou nada de ninguém,
sou só o nada flutuando em escalas socialmente definidas,
um crepúsculo para um cego tolo.

Sou reto como uma agulha,
que pretende furar a veia para obter a cura,
no entanto, não sou a cura.

Sou meio reto duma agulha,
externo pelo cano sistematicamente definido,
dinamizado e compreendido feito homem.

entretanto, sou meu guia
e isso é o que me tem mantido oblíquo,
curvo mas definido por uma reta.

enquanto todos padecem, eu convalesço.
sou a minha cura enquanto muitos me matam,
sou o tempo da cura, a ferida que sangrou.

minha alma clama a energia da chama fria,
o calor azul do mundo em desencanto.
sou isso e sou cego por vontade, enquanto todos me olham.
julgo isso e julgo tudo com a abnegação do juiz da 13º vara do trabalho.
sou todos os valores que carrego e nego por conseqüência da obliqüidade adquirida.

sou tudo e sou deus, antes de tudo e todo o saber.
tenho essa coragem de me ter e sigo reto.

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