mais estranho que acordar pra vida
é crescer em tamanha ferida
achar isso normal,
conseguir sentir-se humano
mesmo com o terror diário
da fatura exposta no jornal.
a fratura importa.
o verso é seco.
direção nenhuma tem fim,
nem pra isso que tira minha pressão,
-"tô nem aí mais pra teu coração".
mas não é assim.
quem é que sabe como é?
o verso sabe.
o verso é seco,
tanto o vinho que sai
como o vírus que entra
são secos,
feito essa caneta digital.
mais estranho ainda que ser isso,
é o fato da fecunda e próspera vida
ser lá do outro lado,
pras bandas dos esquecidos,
pro futuro adormecido,
na fivela do cinto
do nosso pai.
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