8/06/2013

Poeira Cosmica

Foi-se
Paixão
Perda
Noite
Esqueça
Foice
Arrastão
Venci
Sertão
Transformar
Encontrar
-Se
E se
Vier
Ascenção
Renascer
Superar
Passado
Acabou
Estrago
Ilusão
Ilusão
Amor.
Eu digo isso enquanto recito o poema em mim. Repito com a propriedade de quem esqueceu, com o furor do impeto solar ao nascer, como antes, mais forte, mais fundo, vou no limite, barreira no meu deserto, escrevo isso, sou isso, confesso, meu, universo, poeira cosmica a preencher, a completar o inverso, a deixar passar, quebrar o belo, enterrar o que se perdeu. Repito:
-Morto mas Amor.
Insisto:
-Morra mais, Amor.
O coração de vidro,
-Sofra meu Amor,
-Sinta o que restou,
Corto nosso tendão,
A chuva já secou,
O dia, sim, renasceu,
Só ele -amor, morto mas amor- não voltou.
Só ela -Amor. Morda mais minha dor- não aprendeu.
Sou eu -Amor por quem mal me faz;
-Amor por quem me quer morto sem querer;
-Amor que insiste em esconder;
Então eu paro, pensamento distrai e revela:
-Amor não nasce para morrer.

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