7/27/2013

A guerra das águas no deserto do querer

eu não preciso me enganar
nem preciso te ver chorando
posso estar errado
mas eu sempre acerto o quando
eu não preciso te achar
nem quero te ver sangrando
a dose irá aumentar
ou virar passado
que é lá onde se precisa voltar
pra não perceber
que é lá longe, no deserto do querer
é lá que vivo mirando o amor
que é bomba
sem ninguém ouvir
que é bomba
explode em si
que é bomba
onde jamais te vi
que é bomba
daquelas que explode por existir
eu não preciso me enganar
não, não mais
nem preciso te ver chegando,
não quero me ver vazando,
posso ser poço inacabado
mas mesmo sempre aberto, mesmo seco,
eu não preciso agradar
a cidade, então, responde
que quando o deserto expirar
só radioatividade sobrará
e ela, submersa, lá longe, no mar do esquecer,
é lá que vivo pensando na dor
que é névoa
saiu de mim sem pedir
que é estopim
invadiu as águas
que é existir
e lá ficou
grudado nos prédios e carros
perdido,
mas em todos os cantos,
inclusive nos becos encharcados
tão por mim conhecida rota,
de teus negros e confidentes olhos.





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