4/22/2013

Quem morre?




Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajetos
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco e os pingos sobre os “is”
em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou
da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou
não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço
muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança
fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

pablo neruda, sabendo de tudo.

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