11/26/2012

Dois, um terceiro olho e o quarto templo.

quando quase acordei -apesar de não ter tentado-,
me vieram esses versos:

"não posso doar,
sem saber pelo quê me doar.
tão pouco posso querer,
sem saber qual dos quereres é real poder.
furtivo, não preciso me esconder da vontade,
mas preciso me esgueirar por entre a cidade, o tédio e a sensibilidade".

depois de acordado, procurei na razão a razão de terem vindo esses versos escondidos.
encontrei isso:
{
no passado, sou ferido.
eis um breve resumo do que restou em quatro itens (e a raiz do que hoje sou):
1. Várias ataduras nunca usadas;
2. Letras minúsculas escondidas pelo quarto;
[(dedico um "verso intruso" inteiro para o próximo item):
3. O MANTRA TRANSPARENTE
"receita para o meu mantra transparente:
ele meio que flutua através do ar, um som branco de enorme prazer em ouvir,
na parede da minha alma - que, quer queira ou quer não, também tem portas escondidas por todo o meu quarto-, sempre envolvida por miragens de um futuro melhor, encontra-se o mapa para as montanhas de gelatinas de todas as cores;"
-delas é que saem o saboroso som de minha resolução!];
4. Meia dúzia de desenhos com curta inspiração.

no presente, convalescente:
junto-me as montanhas e por elas sigo em frente.
sigo traçando o caminho inverso ao do meu pai,
congruente, mas perpendicularmente oposto ao do meu irmão,
e perfeitamente guiado pela voz da minha avó.

e no futuro, sempre o último a se saber,
lá quando serei completo, tolo e feliz a vos responder:
"EU, QUE TENTEI SER SINCERO COMIGO,
EU, QUE PEDI PARA SER PLANEJADO,
EU, FILHO DO ACASO SUPRAPARADIGMAL,
SEREI O TEU MAIS NOVO VIVER."

por isso, me repito:
não posso me doar se não for pelo eterno bem-querer;
não quero viver se não puder ser "o nós" o real motivo de ser;
não amo mais se não for pra valer.
}

e agora, após ter encontrado a razão que tanto havia procurado,
após ter apagado as pegadas no deserto de areia chamado existir,
-e ainda assim, incompleto, justa e unicamente por causa alheia-,
só penso em te apresentar o meu desperto,
sereno e bem-aventurado espírito.
o que está pronto para renascer em meu íntimo,
o nosso doce e infinito templo.

3 comentários:

Sara Marinho disse...

Há tempos não te via escrever de maneira tão otimista. Algo mudou.

Sara Marinho disse...

Ah, para explicar o súbito comentário, tu estás no meu google reader. =)

Cazi Moraes disse...

tudo bem, mobein. que bom que você lê!
algo mudou, eu sempre mudo, e espero continuar mudando! haha

 
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