1/27/2009

totalitário

fragmentos de mim flutuam no quarto
vou prum lado, fujo pro outro
finjo que acredito no que vejo
tirei minhas conclusões, sou um fragmento
um pedaço que volta à tona a cada segundo
tentativa falha de me unir,
basta um som e pronto,
pedaços de mim voam

janela e porta fechada, me tranco no ovo
paredes sem tinta, reboco exposto
esperança efêmera, uma fagulha

a vida não tem sentido quando num quarto trancado
só se tem sentido fora, inteiro
não dentro da ilha de mim
cada grão de areia sou eu
e o mar
o mar é o esgoto que me limita
é o olhar sob a nevoa de mim

me vejo em tudo pra no fim ser nada
mais uma noite estragada,
mais um pedaço arrancado de mim.

Um comentário:

Sara Marinho disse...

Tu precisas sair desse quarto, casquinha. Ou ao menos pintar as paredes.

Te superaste nesse.

 
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